Esta tese aborda as transformações corporais decorrentes do gestual de uso dos objetos contemporâneos, focando a aceleração das relações predatárias entre o homem e o meio em seu ambiente de trabalho. A questão principal aqui abordada é a diminuição dos movimentos corporais do moderno homem ocidental, tendo por pano de fundo o processo co-evolutivo entre corpo e ambiente, onde os objetos são em grande parte responsáveis pelas posturas cotidianas, como também pelas possibilidades de ação, de gestos, comportamentos e estratégias cognitivas. A tese parte de contribuição teórica de autores que defendem a realização de movimentos mais harmônicos entre corpo e ambiente, abordando o conceito de corpomídia e conhecimentos sobre a dinâmica das cadeias musculares na organização psicomotora humana aplicados à atividade de ensino e de projetos de objetos. A hipótese que alimenta este trabalho é a de que um olhar mais atento para a globalidade da estrutura corpórea influenciará os profissionais que concebem e desenvolvem objetos. A atividade de projetar objetos está no cerne da questão. Há uma crí­tica aos modelos rígidos de corpo humano utilizados nas atividades de concepção e design dos objetos, e ênfase na construção de objetos didáticos que representem as características de mobilidade (e outras) do corpo humano. Os conceitos apresentados são abundantemente ilustrados por todo o trabalho. As experiências realizadas em cursos ministrados pela autora são abordadas desde seus fundamentos teóricos até a construção de objetos didáticos que construiu no LILD, Laboratório em Living Design. As fotos dos objetos construídos pelos alunos fecham esta tese, por serem a sí­ntese e a concretização da idéia de que é possí­vel e indispensável ao designer compreender a estrutura do corpo humano.