O paradigma da vantagem competitiva e da visualização da arena de negócios como um campo de batalha, questionado desde o seu auge, na década de 80, vem sendo revisto à medida que novas configurações organizacionais, de caráter colaborativo, têm sido adotadas pelos agentes econômicos como forma de lidar com a complexidade que tem norteado o ambiente em que se encontram inseridos. O tema tem sido alvo de um expressivo número de publicações, e crescentes esforços têm sido destinados à investigação do impacto da adoção de estratégias colaborativas no desempenho das firmas participantes. Na indústria de transporte aéreo, também a formação de alianças de múltiplos parceiros, ou constelações, tem despertado o interesse de pesquisas nesse sentido. Esse trabalho soma-se a essas pesquisas, tendo por objetivo investigar o impacto da adoção de alianças estratégicas no desempenho das companhias aéreas que aderiram às grandes constelações formadas na década de 90. Trata-se de uma pesquisa empírica, em que foram comparados, por métodos quantitativos, os indicadores de desempenho de 18 firmas da indústria nos períodos definidos como anteriores e posteriores à adesão às alianças, com base no banco de dados da ICAO- International Civil Aviation Organization. Constatou-se que a simples adesão a constelações não garantiu desempenhos isolados superiores. No entanto foi observado que em alguns casos, em função das estratégias colaborativas adotadas no conjunto, as empresas acabaram por obter ganhos significativos de desempenho.