Este estudo tem como finalidade analisar a maneira como três figuras paradigmáticas do rock no Brasil - Cazuza, Arnaldo Antunes e Lobão - construíram suas identidades artísticas. Seguindo a trajetória desses compositores, procuramos entender como eles se apropriaram de categorias simbólicas nas entrelinhas da cultura e delas fizeram uso para a criação de suas personas. Se os roqueiros mencionados compartilham a linguagem do rock dos anos 80, eles apresentam diferenças, entretanto, quanto à maneira de se colocarem no mundo artístico. Levamos em consideração, quanto a esse aspecto, que a construção identitária pressupõe a recorrência a determinadas tradições - no caso, artísticas -, que são constantemente ressignificadas. Procurei, portanto, entender ao longo da pesquisa, como as questões culturais de seu tempo se revelam na trajetória desses atores, assim como os repertórios legados pelo passado, na medida em que os três músicos, cada um à sua maneira, dialogam com tradições específicas.