Título: | POR OUTRAS HISTÓRIAS POSSÍVEIS: EM BUSCA DE DIÁLOGOS INTERCULTURAIS EM LIVROS DIDÁTICOS DE HISTÓRIAS | |||||||
Autor: |
CINTHIA MONTEIRO DE ARAUJO |
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Colaborador(es): |
VERA MARIA FERRAO CANDAU - Orientador |
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Catalogação: | 19/MAR/2013 | Língua(s): | PORTUGUÊS - BRASIL |
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Tipo: | TEXTO | Subtipo: | TESE | |||||
Notas: |
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Referência(s): |
[pt] https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/projetosEspeciais/ETDs/consultas/conteudo.php?strSecao=resultado&nrSeq=21328&idi=1 [en] https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/projetosEspeciais/ETDs/consultas/conteudo.php?strSecao=resultado&nrSeq=21328&idi=2 |
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DOI: | https://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.21328 | |||||||
Resumo: | ||||||||
A análise de políticas de currículo para o ensino de História nas últimas
décadas revela a permanência de uma organização curricular caracterizada por
uma perspectiva temporal linear e progressiva. Com apoio na teorização de Ivor
Goodson, François Hartog e Reinhart Kosseleck, é possível compreender essa
característica como parte de uma tradição disciplinar que se mantém estável desde
o século XIX, momento de constituição da História como disciplina escolar, e que
é qualificada aqui como uma tradição moderna, uma vez reconhecida a presença
de marcas de um regime moderno de historicidade. Essa tradição tem implicado a
configuração de um determinado lugar para a História do Brasil, marcado por uma
lógica eurocêntrica, que, quando não exclui, posiciona o Outro num lugar
subalternizado do processo da História. A crítica e a busca de construção de uma
alternativa é proposta nesta tese com base nas contribuições de Boaventura de
Sousa Santos, que, acusando as indolências da razão ocidental, propõe a
superação das monoculturas racionais por meio de uma sociologia das ausências,
uma sociologia das emergências e de um trabalho de tradução. Sendo assim,
defendo que a crítica da monocultura do tempo linear no ensino de História pode
promover a emergência da outras histórias possíveis. A ênfase na dimensão
temporal de simultaneidade favorece contatos e confrontos necessários para o
estabelecimento de diálogos interculturais no saber histórico escolar, que
reconhecido em sua especificidade epistemológica e sua dimensão cultural pode
se constituir em espaço de realização do trabalho de tradução. A pesquisa
desenvolvida aqui procura em duas coleções didáticas para o ensino de História,
aprovadas pelo PNLD 2011, marcas da tradição e sinais de alternativas, com o
objetivo de, por um lado, desvelar as assimetrias que geram inexistências e
desestimulam emergências, e, por outro lado, ampliar simbolicamente as
narrativas históricas possíveis. A análise de conteúdo explora o lugar ocupado
pela História do Brasil na organização geral das coleções e as concepções de
tempo que são explicitadas e mobilizadas no tratamento dos conteúdos. Além dos
limites e vantagens para a construção de zonas de contato interculturais impostos
pelas opções de organização curricular de cada uma das coleções – organização
cronológica e organização temática –, os resultados apontam para as
potencialidades de proliferação de totalidades e de desenvolvimento de uma
multiplicidade das temporalidades.
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