A inserção do Serviço Social no contexto das empresas privadas tem sido uma necessidade decorrente das contradições capital-trabalho. Desde a década de 1940, a área empresarial tem sido uma das fatias do mercado de trabalho para as/os assistentes sociais. Assim, muitos contornos foram delineados nesse espaço socio-ocupacional, alterando as requisições institucionais, as demandas dos usuários dos serviços, bem como reconfigurando o trabalho profissional. Desde a década de 1990, no Brasil, o cenário de reestruturação produtiva, articulado à lógica neoliberal, alterou aspectos políticos, sociais e econômicos do nosso país. Do conjunto de modificações, destacam-se: desregulamentações de direitos da classe trabalhadora e privatização de ativos estatais; ambos aspectos fomentam a livre concorrência de mercado e afetam o mundo laboral, onde as/os assistentes sociais se inserem profissionalmente para vender a sua força de trabalho para sua sobrevivência e de sua família, caracterizando-as/os como classe trabalhadora. Diante disso novas respostas e abordagens passaram a ser requisitadas, pois emergiram novas necessidades, tanto por parte das empresas, quanto dos sujeitos atendidos. O propósito desta pesquisa foi identificar os principais desafios profissionais diante das transformações societárias ocorridas após a década de 1990, a partir da literatura produzida por assistentes sociais vinculados à tradição marxista. A seleção bibliográfica privilegiou os livros produzidos por autoras/es considerados referência pela categoria profissional, na área socio-ocupacional de empresa. Nesse material, identificamos que há um vasto escopo de possibilidades para a atuação do assistente social, caracterizada por seu potencial crítico, seu saber teórico, técnico, comprometimento ético, político e suas habilidades e competências, que lhe permitem agir no atendimento às temáticas já consolidadas, bem como ultrapassá-las. A valorização da atuação de assistentes sociais em empresas privadas, pode ocorrer por parte das contratantes, mas também por parte dos trabalhadores, pois o Serviço Social não só nesse espaço de atuação, mas também nos demais, atua nas contradições inelimináveis da ordem capitalista. A principal delas está em o capital não poder prescindir do trabalho. Nesse caso, faz uso de todos os recursos possíveis para aumentar a extração de mais-valor.