O processo de construção e socialização do conhecimento geográfico escolar, de modo geral, é a discussão dessa tese de doutorado. Especificamente, a discussão se constrói tendo como foco o que chamamos de teorização do pensamento geográfico, ou seja, o debate acerca da identidade disciplinar, da importância do conhecimento geográfico e, por fim, do acionamento do conceito espaço. O trabalho nasce no pensar a construção de uma aula para o 1º ano do ensino médio e vai, ao longo dos capítulos, construindo-se como uma pesquisa científica. Teoricamente, o estudo se fundamenta a partir de pesquisas sobre currículo (LOPES, 2004; MACEDO, 2006), produção curricular (OLIVEIRA, 2012), cotidiano (FERRAÇO et al, 2018), conhecimento escolar (GABRIEL, 2013, 2015), saber docente (TARDIF, 2014), educação geográfica (ROQUE ASCENÇÃO; VALADÃO, 2017; CAVALCANTI, 2019) e teorização do pensamento geográfico (MASSEY, 2009; GOMES, 2017; CAVALCANTI, 2019). Como via de operacionalização, entrevistamos um conjunto de professores que, sendo lotados em um Colégio de Aplicação, trabalham simultaneamente na educação básica e no ensino superior com a formação de professores. Estruturamos, com base nesse escopo teórico e no empírico por nós explorados, uma proposta em como trabalhar a teorização do pensamento geográfico na escola e demonstramos a relevância de posicionar a escola como condição espacial da prática docente. Por fim, ao longo desse estudo, também investimos na construção de uma perspectiva geográfica para pensarmos a educação ao longo de temáticas diversas (escola, currículo, construção e socialização do conhecimento escolar, etc).