Este trabalho teve como objetivo investigar as práticas pedagógicas de professores formadores de quatro cursos presenciais de licenciatura em Química, localizados no estado do Rio de Janeiro, no que tange a articulação teoria-prática. Reconhece-se que esses cursos de formação de professores foram marcados, historicamente, por um modelo de racionalidade técnica que ocasionou dicotomias entre a teoria e a prática e entre os conhecimentos específicos e os pedagógicos, percebidas até os dias de hoje. Com efeito, buscou-se encontrar práticas docentes que se distanciassem desses modelos tecnicistas e/ ou conteudistas e apresentassem um caráter inovador, na medida em que trouxessem novas possibilidades de articulação teoria-prática para os cursos de licenciatura em Química. O percurso metodológico se construiu em duas etapas: aplicação de questionário online para os estudantes concluintes dos cursos de licenciatura e entrevistas semiestruturadas com os professores formadores indicados pelos alunos na primeira etapa da pesquisa. A fundamentação teórica foi norteada pelos estudos de Candau e Lelis, Nóvoa, Gatti e André. Os dados produzidos foram tratados utilizando a análise de conteúdo segundo Bardin. Os resultados revelaram que os professores formadores indicados utilizam múltiplas estratégias de ensino com o intuito de atender aos seus objetivos educacionais, dentre tais destacam-se: a humanização do ensino, a contextualização dos conteúdos de Química e a importância do professor pesquisador. Percebeu-se também o efeito das tradições pedagógicas e disciplinares como entraves para a inovação das práticas pedagógicas na formação de novos professores de Química. Nesse sentido, conclui-se que os formadores se equilibram entre práticas tradicionais e inovadoras, na medida em que promovem momentos de trabalho coletivo, articulação curricular e aproximação com a escola, que são pressupostos para a articulação teoria-prática.