Além das definições que do homem fazem as diversas disciplinas da ciência, se descobre que, antes de tudo, o ser humano é um homo symbolicus e homo festivus ou ludens. Na esfera celebrativa religiosa, o homem festeja mediante uma anamneses os momentos significativos do passado, em um kairós, que não é cronológico, os acontecimentos do presente e em uma perspectiva escatológica os desejos e anelos do futuro. Estas celebrações, por sua carga subjetiva e em alguns casos de mistério, são impossíveis de realizar sem o recurso aos símbolos. Assim surgem no mundo do cristianismo os sacramentos. Este trabalho de dissertação tem como finalidade apontar a importância de articular o vivido cotidianamente com o celebrado sacramentalmente e, no caso do cristianismo, a exigência à referência da pessoa de Jesus de Nazareth e ao projeto do reino por parte de quem celebra os sacramentos. A partir desta exigência evangélica, se descobre a crise sacramental experimentada na América Latina e que trato de expor neste trabalho. Referenciados pelo Concilio Vaticano II, especificamente pelos documentos da constituição dogmática Lumen Gentium sobre a igreja, a constituição Sacrosanctum Concilium sobre a sagrada liturgia, e a constituição pastoral Gaudium et spes sobre a igreja e o mundo de hoje, apresento a importância de resgatar a dimensão da graça salvífica de Deus para com os homens manifestada nos sacramentos e celebrados liturgicamente na assembleia. Este trabalho se subscreve no âmbito da antropologia sacramental assim como da teologia dos sacramentos reunindo elementos de eclesiologia e liturgia apresentando aos sacramentos como o lugar mistérico desde onde se revela e celebra a graça do desígnio divino de salvação de Deus para com a humanidade.