O presente artigo explora os problemas da tradução poética de obras da literatura greco-romana, enfocando as possibilidades de aproximação entre os padrões rítmicos dessas línguas e os modos tradicionais de versificar em
língua portuguesa. O enfoque é dado a um metro clássico particularmente
desafiador, o escazonte, ou coliambo, como também é conhecido. Apresentados os critérios gerais com o qual esse metro foi tratado pelos tradutores em língua portuguesa, proponho uma abordagem calcada em
certos recursos estilísticos encontrados na obra de Gregório de Matos,
aplicando-os a um conjunto de poemas escritos nesse metro pelo poeta latino
Marcial. Apresento na sequência desses textos uma pequena discussão a
respeito das escolhas tradutórias.