Neste texto, tenciona-se refletir acerca da arte musical enquanto tradução de realidades, sobretudo, culturais (na sua dimensão histórica). Como exemplo do que se aspira a analisar, recupera-se a experiência do artista baiano Roberto Mendes qual tradutor de chulas do Recôncavo Baiano, em grande parte da sua obra, as quais representam, mais do que um gênero musical, um comportamento cultural complexo. Tal processo tradutório, explícito num álbum musical intitulado Tradução, aproxima-se do que se pode compreender como tradução intersemiótica. Referências cosmológicas africanas bantu, entre outras, auxiliam esta análise.