O presente artigo tem como objetivo analisar as estratégias adotadas pelo Brasil no combate à fome no contexto da cooperação internacional. Parte-se da compreensão de que a fome é um fenômeno multidimensional, demandando respostas articuladas em diversas frentes, inclusive no âmbito da política externa. A cooperação Sul-Sul brasileira se destacou, sobretudo a partir dos anos 2000, como modelo de diplomacia solidária e de transferência de experiências exitosas. O estudo se estrutura em quatro tópicos principais: o primeiro relata a história e os marcos institucionais da cooperação brasileira; o segundo apresenta as políticas de segurança alimentar e nutricional como soft power; e por fim, a pesquisa mostra a atuação do Brasil em organismos multilaterais e sua cooperação com Angola. Como metodologia utiliza-se revisão bibliográfica e documental, com base em dados da ABC, FAO, IPEA, entre outros. Conclui-se que o Brasil, ao alinhar sua experiência doméstica com uma política externa ativa e solidária, consolidou-se como referência na agenda global de combate à fome. O Brasil ofereceu uma contribuição inovadora ao reposicionar a fome como questão de direitos humanos e de justiça internacional.