Esta dissertação apresenta os resultados de pesquisa sobre um modelo para incorporação de requisitos ergonômicos na indústria calçadista em prol da saúde dos diabéticos. Pretende-se que o modelo aqui apresentado beneficie, por extensão, a pacientes atingidos por outras patologias que também geram problemas neuropáticos e vasculares periféricos (pacientes com problemas renais, hipertensos, indivíduos afetados por complicações decorrentes do tabagismo, etc). Através de entrevistas semi-estruturadas, formulários e questionários foram obtidas informações junto diferentes grupos envolvidos diretamente com a problemática do Pé Diabético. A análise destes dados demonstrou que grande parte dos modelos de calçados, encontrados nas lojas do Rio de Janeiro, propicia traumas repetitivos aos pés de pessoas com problemas de neuropatia diabética sensitiva nos pés (ou sensibilidade comprometida nos pés por causa do diabetes, que ocorre quando as células nervosas da região deixam de conduzir as informações relativas aos estímulos sensitivos da forma adequada) devido a problemas de projetação/design (palmilha mal projetada, costuras internas salientes ou solados duros demais). E, uma vez que diabéticos tendem a ter lenta cicatrização em virtude de deficiente circulação periférica gerada pela doença, qualquer ferida torna-se mais do que um simples problema passageiro, torna-se um perigo real à saúde. Este estudo revelou-se interdisciplinar, na medida em que seu campo permeou outras áreas do saber para conjugar informações relacionadas à problemática do Pé Diabético. Trabalhou-se aqui com o seguinte problema: diabéticos são prejudicados pela maioria dos calçados produzidos para o mercado brasileiro, que não levam em consideração questões ergonômicas, físicas, ou mesmo cognitivas relacionadas ao diabetes no momento de sua produção.