Título: | IRONIA E VERDADE: A RELEVÂNCIA DA EIRONEÍA NA FILOSOFIA SOCRÁTICO-PLATÔNICA | ||||||||||||
Autor: |
DIEGO BARBOSA DANTAS |
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Colaborador(es): |
LUISA SEVERO BUARQUE DE HOLANDA - Orientador |
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Catalogação: | 27/JUN/2023 | Língua(s): | PORTUGUÊS - BRASIL |
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Tipo: | TEXTO | Subtipo: | TESE | ||||||||||
Notas: |
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Referência(s): |
[pt] https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/projetosEspeciais/ETDs/consultas/conteudo.php?strSecao=resultado&nrSeq=63031&idi=1 [en] https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/projetosEspeciais/ETDs/consultas/conteudo.php?strSecao=resultado&nrSeq=63031&idi=2 |
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DOI: | https://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.63031 | ||||||||||||
Resumo: | |||||||||||||
A presente dissertação trata do conceito de ironia socrático-platônica, com
ênfase em excertos nos quais encontram-se registros textuais de eíron e
derivados, que possam ser compreendidos como ocorrências irônicas do Sócrates
de Platão. O problema é que a palavra (eironeía), no dialeto ático,
geralmente, tinha a semântica negativa da dissimulação. Contudo, a origem
ambígua do termo também abrangia a ideia de questionamento. Dentre os mais
proeminentes autores da antiguidade grega, Platão foi o que mais fez uso de
eironeía e congêneres, na maioria das vezes, em contextos nos quais aparece
Sócrates, agindo com seu hábito tão peculiar de questionar seus interlocutores. No
decurso do tempo, essa correlação entre o termo antigo e o paradoxo filosófico da
negação de conhecimento intitulou-se de ironia socrática. As correntes
interpretativas dividiram-se, basicamente, entre uma proposta de leitura negativa e
a outra positiva para esse evento. Portanto, nesta dissertação, o primeiro e
principal objetivo é escrutinar a relevância da eironeía/ironia socrática, a partir
da verificação do corpus platonicum. Então, encontram-se os oitos diálogos que
contêm instâncias do termo, subdividindo-os entre aqueles em que (1) a eironeía
não está diretamente relacionada a Sócrates, a saber, Eutidemo, Crátilo, Sofista e
Leis, e os outros nos quais (2) a eironeía está diretamente relacionada ao
protagonista platônico, i.e., Apologia, Górgias, Banquete e República. Para tal,
organizam-se alguns critérios básicos que auxiliam na delimitação e identificação
dos eventos irônicos, a fim de extrair conclusões mais coerentes quanto à natureza
e os propósitos da eironeía/ironia socrática. Além disso, esta dissertação tem
como segundo objetivo a interpretação da mais pregnante estratégia literária de
Platão, a saber, o famoso anonimato, ou ocultação da voz autoral, como uma
espécie de dissimulação inerente à eironeía. Então, almeja-se analisar o potencial
retórico e epistemológico desse recurso, em seus dois aspectos: o método
socrático e a estratégia literária platônica. Contudo, apesar dos desafios
hermenêuticos e a polêmica que divide a vasta fortuna crítica a respeito do
assunto, o terceiro objetivo desta dissertação é a aproximação de interpretações
positivas do termo ou, ao menos, interpretações que o vejam como relevante à
prática filosófica. Assim, revisitam-se os clássicos para se pensar a atualidade.
Afinal, acredita-se que, quando Platão emprega a eironeía/ironia socrática, o
efeito disso é o estímulo à reflexão sobre as virtudes e a verdade
dos variados temas encontrados nos diálogos.
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