Título: | ARTES DA ATENÇÃO E DO CUIDADO: EXPERIMENTOS DE TRADUÇÃO INTERESPÉCIES NO SANTUÁRIO ANIMAL VALE DA RAINHA | ||||||||||||
Autor: |
MONICA PRINZAC |
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Colaborador(es): |
MARIA HELENA FRANCO MARTINS - Orientador |
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Catalogação: | 29/MAI/2023 | Língua(s): | PORTUGUÊS - BRASIL |
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Tipo: | TEXTO | Subtipo: | TESE | ||||||||||
Notas: |
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Referência(s): |
[pt] https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/projetosEspeciais/ETDs/consultas/conteudo.php?strSecao=resultado&nrSeq=62712&idi=1 [en] https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/projetosEspeciais/ETDs/consultas/conteudo.php?strSecao=resultado&nrSeq=62712&idi=2 |
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DOI: | https://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.62712 | ||||||||||||
Resumo: | |||||||||||||
Esta pesquisa aposta nas relações de aliança e contaminação interespécies (humano-animal) como forma de sobreviver criativamente neste mundo em crise. Diante da
urgência de encontrar outras formas de viver a vida e habitar a Terra, o objeto
escolhido para a pesquisa é o tecido social, poético e sensorial do Santuário animal
Vale da Rainha, refúgio dedicado ao resgate e acolhimento de animais de produção
vítimas de maus-tratos e descartes. Por atenção às práticas em curso no Santuário,
busca-se multiplicar versões para as histórias dos animais que ali se encontram, sob
a hipótese de que as histórias normalmente contadas a seu respeito são desatentas
às suas formas criativas de ser. Parte-se do conceito de version da filósofa e
psicóloga belga Vinciane Despret, explorando-se em especial, nas práticas que ele
recobre, exercícios de tradução experimental interespécie. Sob o ponto de vista
implicado no conceito de version, a tradução é entendida como forma de produzir
sentidos a partir de diferenças nascidas no encontro entre humano-animal, opondo-se assim às práticas tradutórias que operam sob a lógica da sinonímia intermundos
e que tendem, muitas vezes, à igualação do não igual segundo parâmetros
antropocêntricos. A pesquisa pergunta: como as traduções interespécies conduzidas
como versions podem transverter histórias frigorificadas (animais de corte) em
histórias vivas e abertas (espécies companheiras)? Como através dessas traduções
é possível reviver relações emaranhadas – e nada óbvias – antes apagadas,
silenciadas, dessensibilizadas? Como essas histórias podem criar, nos termos de
Donna Haraway, response-ability, isto é, tornar-nos mais hábeis para responder
de modo responsável e inventivo às vidas não humanas que nos cercam? Ao lado
das proposições de Vinciane Despret, têm importância especial aqui os conceitos
de espécies companheiras e fabulação especulativa, de Donna Haraway. O trabalho
se origina dos encontros com os animais do santuário, três em especial: a vaca Gaia,
a búfala Chacrona e o bezerro Nandi. A escrita da tese busca materializar em sua
própria trama o trânsito não hierárquico entre saberes preconizado por Despret e
por Haraway - saberes práticos, científicos, filosóficos, poéticos. Nos experimentos
de tradução interespécies propostos, mostra-se como uma ecologia da atenção e do
cuidado subverte a lógica binária dos discursos apocalípticos e salvacionistas – e se
revela em um ativismo sensível.
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