Título: | COLOCANDO O BRASIL EM FRENTE AO ESPELHO: A POLÍTICA EXTERNA DE LULA E AS NARRATIVAS BIOGRÁFICAS DO BRASIL | ||||||||||||
Autor: |
CAMILA AMORIM JARDIM |
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Colaborador(es): |
STEFANO GUZZINI - Orientador MARTA REGINA FERNANDEZ Y GARCIA MORENO - Coorientador |
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Catalogação: | 11/AGO/2022 | Língua(s): | INGLÊS - ESTADOS UNIDOS |
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Tipo: | TEXTO | Subtipo: | TESE | ||||||||||
Notas: |
[pt] Todos os dados constantes dos documentos são de inteira responsabilidade de seus autores. Os dados utilizados nas descrições dos documentos estão em conformidade com os sistemas da administração da PUC-Rio. [en] All data contained in the documents are the sole responsibility of the authors. The data used in the descriptions of the documents are in conformity with the systems of the administration of PUC-Rio. |
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Referência(s): |
[pt] https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/projetosEspeciais/ETDs/consultas/conteudo.php?strSecao=resultado&nrSeq=60138&idi=1 [en] https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/projetosEspeciais/ETDs/consultas/conteudo.php?strSecao=resultado&nrSeq=60138&idi=2 |
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DOI: | https://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.60138 | ||||||||||||
Resumo: | |||||||||||||
O governo Lula da Silva (2003-2010) tem sido tratado na Análise da Política
Externa Brasileira (APEB) principalmente sob uma abordagem de mudança versus
continuidade. Contudo, a forma como a área avalia mudança e continuidade pode
precisar ser reestruturada e, se mudança ou continuidade forem encontradas, podem ser
de um tipo diferente do que a literatura estabeleceu até agora. Resultado ilustrativo
disso é a redução da capacidade do campo de entender a recente guinada à extrema
direita no Brasil e como a forte polarização e as disputas de memória sobre os governos
Lula e Dilma poderiam se relacionar com a política externa, por exemplo. Esses
movimentos recentes parecem desafiar as análises tradicionais de custo-benefício, bem
como considerar a profunda influência entre os discursos domésticos de identidade e
a Política Externa oficial. Portanto, proponho olhar para abordagens pós-estruturalistas
e construtivistas de política externa, identidade e biografias nacionais, os quais
analisam os discursos da política externa no contexto de uma ontologia lacaniana de
falta e ansiedade, levando à busca contínua por uma (impossível) estabilidade e
segurança ontológica. Compreendendo a política externa como práticas discursivas que
traçam fronteiras entre o doméstico e o internacional e as narrativas biográficas do
passado, do presente e do futuro desejado, a literatura sugere um papel central para os
significantes mestres e os investimentos libidinais sobre eles. A partir daí, a principal
contribuição desta tese é apresentar a (re)construção das narrativas biográficas
brasileiras sob a ótica dos analistas da APEB, que inclui políticos e acadêmicos, com o
objetivo de mapear os significantes mestres em torno dos quais circulam suas narrativas
hegemônicas. De acordo com o campo, os significantes mestres encontrados como
norteadores das narrativas biográficas hegemônicas do Brasil foram
miscigenação/democracia racial, legalismo/pacifismo, desenvolvimento e autonomia.
Em torno deles, muitos outros relevantes circulam. Posteriormente, esses significantes
mestres e suas cadeias de significação foram contrastados com os discursos oficiais do
PEB durante o período Lula, tentando entender se e em que medida os discursos da
Política Externa de Lula poderiam ter deslocado significados sobre as narrativas da
identidade brasileira. Esta tese dá atenção especial aos discursos raciais e sua relação
com um sentimento de insegurança ontológica do self brasileiro. Não objetivando
apresentar respostas definitivas ao assunto e encontrando muitos elementos de
complexidade e ambiguidade discursiva durante o período Lula, levando também em
consideração a natureza deslizante/cambiante dos significantes, um dos principais
objetivos deste trabalho é mostrar o papel construtivo da academia da APEB na
compreensão brasileira de suas narrativas biográficas. Outro objetivo é explorar como
os discursos domésticos de identidade, parte da política externa, ativamente
informam e/ou limitam a Política Externa oficial e como esta influencia as
compreensões internas de eu e outro (política externa) no Brasil. Tal abordagem
rompe com a ideia tradicional de Política Externa como uma ponte entre o doméstico
e o internacional. Diferentemente, entende-a como uma construção discursiva
enraizada em narrativas libidinais e imaginárias, ancorada por significantes mestres (e
deslizantes), de seu eu ou ego, bem como do ideal do ego e dos outros.
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