A pesquisa documentada nesta dissertação apresenta o mapeamento de algumas das modelagens das fantasias de Bate-Bolas do Rio de Janeiro, estabelecendo uma relação entre o design e a manifestação cultural para realizar uma análise das possibilidades de representação da fantasia em diferentes escalas. A pesquisa se baseia na noção de sustentabilidade comunicacional que visa a recortar no estudo de um festejo a sua dimensão sustentável quanto a aspectos simbólicos e a produção de sentidos no entorno de sua difusão. O problema da escala aparece na pesquisa ao ser proposto souvenires que possam disseminar a cultura dos Bate-Bolas de forma positiva e lúdica. Utilizando o design participativo, realizamos uma pesquisa intervenção que inclui líderes de turmas e brincantes que fazem parte do setor produtivo bate-boleiro. Como metodologia, realizamos entrevistas com pessoas envolvidas na produção das fantasias, registros de processos em visita a barracões, observação participante em saídas das turmas, projetos online e dinâmicas de produção colaborativas. A presente pesquisa integra o projeto Motirô, uma parceria com o Museu da Pessoa, que registra festejos representantes da cultura popular e relata o impacto que sofreram com o distanciamento social provocado pela pandemia da COVID-19 – dentre deles, os Bate-Bolas. O estudo propicia um diálogo entre o design participativo e o conceito de linguagem pedagógica das coisas, do autor Pier Paolo Pasolini (1990) que descreve a importância da materialidade na memória individual e coletiva. O resultado final foi a participação dos brincantes na construção dos souvenires com o foco na representação simbólica do festejo e que utilizam materiais utilizadas nas fantasias, reciclando sobras desses recursos da produção.