Título: | BRAÇO FORTE, MÃO AMIGA: A MIGRAÇÃO VENEZUELANA, A OPERAÇÃO ACOLHIDA E A (RE)CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE BRASILEIRA NA FRONTEIRA | ||||||||||||
Autor: |
VICTORIA FIGUEIREDO MACHADO |
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Colaborador(es): |
ROBERTO VILCHEZ YAMATO - Orientador MAIRA SIMAN GOMES - Coorientador |
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Catalogação: | 27/MAI/2021 | Língua(s): | PORTUGUÊS - BRASIL |
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Tipo: | TEXTO | Subtipo: | TESE | ||||||||||
Notas: |
[pt] Todos os dados constantes dos documentos são de inteira responsabilidade de seus autores. Os dados utilizados nas descrições dos documentos estão em conformidade com os sistemas da administração da PUC-Rio. [en] All data contained in the documents are the sole responsibility of the authors. The data used in the descriptions of the documents are in conformity with the systems of the administration of PUC-Rio. |
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Referência(s): |
[pt] https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/projetosEspeciais/ETDs/consultas/conteudo.php?strSecao=resultado&nrSeq=52978&idi=1 [en] https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/projetosEspeciais/ETDs/consultas/conteudo.php?strSecao=resultado&nrSeq=52978&idi=2 |
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DOI: | https://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.52978 | ||||||||||||
Resumo: | |||||||||||||
A partir do aumento no fluxo migratório venezuelano para o Brasil no início
de 2017, a mobilidade venezuelana passou a ser veiculada na mídia e reproduzida nos
discursos de autoridades governamentais brasileiras tanto como um problema e um
risco a ser controlado quanto como um imperativo para o acolhimento e proteção
dessa população vulnerável. Tais representações e discursos foram reforçados em
março de 2018 com a criação da chamada Operação Acolhida, operação logística
governamental constituída para gerenciar o fluxo das centenas de milhares de
venezuelanos adentrando as fronteiras nacionais. A fim de questionar como os
discursos de perigo e controle das fronteiras coexistem com uma lógica de acolhimento
e defesa dos direitos humanos, a dissertação analisa as práticas discursivas que
participam da construção da governança humanitária do fluxo migratório venezuelano
no Brasil, especialmente através da Operação Acolhida. Partindo de uma análise de
discurso pós-estruturalista, argumenta-se que a Operação Acolhida, ao articular uma
lógica específica de engajamento com o outro venezuelano, funciona (re) produzindo
uma representação específica do Estado e da nação brasileira. Enquanto uma prática de
construção de fronteiras e identidades, a Operação Acolhida apresenta-se, assim, como
propõe David Campbell (1992), como, uma prática de política externa e de
construção de fronteiras. Nessa perspectiva, a representação da identidade estatal não
se refere a um relato objetivo sobre como o Estado realmente é – leitura esta
dominante nos estudos de Política Externa no Brasil, mas sim como uma representação
de uma subjetividade instável, provisória e continuamente reformulada. Assim, a
dissertação contribui para pensar como as práticas de representação do eu e do
outro, do dentro e do fora, do nacional e do internacional articuladas na
Operação Acolhida, especialmente por seus atores militares, não apenas (re) produzem
o que é o problema dos refugiados venezuelanos no Brasil –e como ele deve ser
gerenciado– quanto funcionam estabilizando, provisoriamente, uma imagem – precária
e contestada - de um Brasil benevolente, acolhedor e amigo.
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