Título: | DESIGN, IDEOLOGIA E RELAÇÕES DE TRABALHO: UMA INVESTIGAÇÃO SOBRE A INDÚSTRIA DA MODA NO CAPITALISMO TARDIO | ||||||||||||
Autor: |
JOANA MARTINS CONTINO |
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Colaborador(es): |
ALBERTO CIPINIUK - Orientador |
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Catalogação: | 28/MAI/2020 | Língua(s): | PORTUGUÊS - BRASIL |
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Tipo: | TEXTO | Subtipo: | TESE | ||||||||||
Notas: |
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Referência(s): |
[pt] https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/projetosEspeciais/ETDs/consultas/conteudo.php?strSecao=resultado&nrSeq=48339&idi=1 [en] https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/projetosEspeciais/ETDs/consultas/conteudo.php?strSecao=resultado&nrSeq=48339&idi=2 |
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DOI: | https://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.48339 | ||||||||||||
Resumo: | |||||||||||||
Este trabalho investiga o modo pelo qual a ideologia burguesa opera no Campo do Design e, consequentemente, nos trabalhadores que desempenham essa atividade profissional e a forma como ela se manifesta concretamente na atuação do designer, mais especificamente do designer de moda. Partimos do
pressuposto que a compreensão das dinâmicas próprias ao campo só pode ocorrer ao relacioná-las à totalidade concreta da sociedade capitalista industrial. Deste modo, entendemos que o design não se explica por ele mesmo, como uma atividade com um fim em si mesma. E sim que ela tem importante papel ideológico na sociedade capitalista, justamente por seu aspecto econômico e cultural. Examinamos as questões relativas ao design (e mais especificamente ao design de moda) com o método dialético e as categorias do materialismo histórico. Assim, utilizamos os escritos de Marx e um referencial teórico ancorado na Crítica da Economia Política marxiana de modo a demonstrar que as leis de movimento do
capitalismo que esse pensador buscou descrever continuam em atuação e que elas impactam e definem a atuação profissional do designer. Boa parte da literatura empregada na formação dos designers advém dos dogmas da Economia Política e da contemporânea literatura administrativa gestorial. Assim, além do
modo de produção capitalista não ser visto como uma fase transitória do processo histórico, e sim como natural e eterno, a empresa capitalista aparece como o elemento central da sociedade. Procuramos revelar o conteúdo ideológico dessa literatura através da seleção de alguns de seus extratos, demonstrando como ela não é nada inofensiva, pois interfere na atividade profissional do designer, no resultado do seu trabalho e na sua falta de consciência enquanto classe trabalhadora. Iniciamos o presente trabalho confrontando duas nomenclaturas decorrentes das teorias que buscam compreender as mudanças sociais ocorridas
no século XX, capitalismo tardio e sociedade pós-industrial. Abordamos também temas ligados ao mundo do trabalho que julgamos essenciais para compreender adequadamente sua configuração no modo de produção capitalista e, por conseguinte, a atividade profissional do designer. Refletimos assim sobre a
economia de serviços, as teorias do fim do trabalho e o trabalho imaterial. A seguir, refletimos sobre a divisão social do trabalho e o papel social do designer. Verificamos que, de modo geral, apesar de ser um dos elos do trabalhador coletivo e estar sujeito aos ditames do capital, esse profissional reproduz todo um aparato ideológico que visa manter e aumentar a exploração do trabalho. Finalmente, elaboramos uma crítica ao conceito de Indústria 4.0, que propõe intensa automação dos processos produtivos, e ao discurso empresarial que divulga a possibilidade de plena implementação da tecnologia correspondente a ele. Para
tal, refletimos sobre métodos de controle do trabalho, sobre o contínuo aumento da produtividade industrial e a complexa equação entre trabalho vivo e trabalho morto, relacionando esse debate a dados da indústria da moda, com os quais elaboramos um panorama sobre as relações de trabalho nesse setor na
contemporaneidade.
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