Título: | MULHER NEGRA MILITANTE: TRAJETÓRIAS DE VIDA, IDENTIDADE E RESISTÊNCIA NO CONTEXTO DA POLÍTICA DE AÇÕES AFIRMATIVAS NA UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO | |||||||
Autor: |
MAGALI DA SILVA ALMEIDA |
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Colaborador(es): |
DENISE PINI ROSALEM DA FONSECA - Orientador |
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Catalogação: | 20/OUT/2016 | Língua(s): | PORTUGUÊS - BRASIL |
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Tipo: | TEXTO | Subtipo: | TESE | |||||
Notas: |
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Referência(s): |
[pt] https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/projetosEspeciais/ETDs/consultas/conteudo.php?strSecao=resultado&nrSeq=27717&idi=1 [en] https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/projetosEspeciais/ETDs/consultas/conteudo.php?strSecao=resultado&nrSeq=27717&idi=2 |
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DOI: | https://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.27717 | |||||||
Resumo: | ||||||||
Este estudo visa contribuir para a compreensão do alcance do protagonismo
político da mulher negra militante, com ênfase nas estudantes beneficiárias do
programa de ação afirmativa da UERJ. Minha análise sustenta que o capitalismo
racista e sexista obscurece e naturaliza a violência racial e de gênero, invisibiliza
as históricas formas de resistências da mulher negra, mas não as aniquila. Neste
contexto, os estereótipos e representações negativas da mulher negra, criados e
naturalizados no imaginário social por processos educacionais de toda ordem, são
por ela incorporados, mas também negados no processo de construção identitário.
As lutas de resistência de mulheres negras ao longo da história brasileira têm
confrontado este padrão de dominação, e esta resistência tem criado condições
para a desconstrução de identidades legitimadoras para a afirmação de identidades
de projeto de acordo com Castells. O objeto da pesquisa é a construção da
identidade coletiva de raça e gênero e a compreensão de seus significados,
possibilidades e limites para a consolidação do sujeito social. O universo
investigado corresponde a cinco alunas do curso de graduação para o qual
ingressaram através da política de cotas raciais a partir de 2003, selecionadas a
partir dos seguintes critérios: a) ser, ou haver sido, aluna da UERJ; b) se autodeclarar
negra, e c) ter participado de organização do Movimento Negro ou de
Mulheres Negras durante o período da graduação. O trabalho de campo procurou
responder as seguintes questões: a) Como o racismo atua na construção da
identidade da mulher negra militante na UERJ? e b) Quais aspectos de sua história
de vida foram considerados relevantes para enfrentar o racismo na universidade?
A hipótese que norteou a pesquisa é de que o racismo é uma ideologia de
dominação importante no capitalismo, cujas funções são naturalizar as
desigualdades de classe e de gênero entre os grupos raciais. Além disso, este
mesmo capitalismo busca aniquilar as raízes culturais de matriz africana,
necessárias à formação da identidade racial, sendo esta a base sobre a qual a
identidade negra se consolida. A pesquisa utilizou- se de um aporte teóricometodológico
quantitativo e qualitativo, a saber: a) Análise das desigualdades
raciais e de gênero com base em pesquisas já realizadas, assim como a construção
de novos indicadores, segundo banco de dados da UERJ; b) Realização de
entrevistas narrativas e utilizando-se da fotografia como recurso da memória e; c)
Revisão bibliográfica sobre ação afirmativa, racismo e mulher negra. O estudo
concluiu que a experiência das entrevistadas é permeada pela violência racial.
Contudo, o que as distingue das outras mulheres negras é a escolha da política
como mediação para o enfrentamento das relações de poder que estruturam a
classe, a raça e o gênero na sociedade.
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