Esta tese é um estudo sobre memórias dos espaços escolares vividos por professores. Procura identificar as condições e dimensões do trabalho docente a partir do espaço escolar e memórias sobre a jornada educativa de dezessete professores de Ensino Superior e Ensino Médio de um município de Minas Gerais As memórias foram colhidas por meio de entrevista semiestruturada. Essas memórias de um tempo e espaço vividos pelos professores entrevistados formam uma narrativa do passado que se entrelaça no presente, criando significados na forma de sua atividade docente. Dessa forma, o fio condutor de todo o trabalho são as memórias do espaço escolar. Tanto o espaço, quanto o trabalho docente são construções sociais interdependentes, que são influenciadas pela trajetória de vida, cultura e formação do sujeito. As análises são fundamentadas em estudos sobre arquitetura/espaço (Bachelard, Viñao-Frago, Escolano), cultura visual (Hernández), espaço/relações de poder (Foucault), memória (Bergson, Bosi) e estudos sobe docentes (Tardiff, Raymond). O espaço escolar causa impactos objetivos e subjetivos em seus usuários. Nesse sentido, o espaço é produtor de identidades, símbolos e relações que exercem influencia no trabalho docente. Dessa forma, a partir das falas dos professores pode-se perceber que: embora as ideias e práticas pedagógicas sejam ligadas ao contexto político, social e tecnológico, esse último é o mais percebido e, quanto ao uso do espaço, o professor sente-se aprisionado por imposições superiores como decisões da direção escolar, exames nacionais e conteúdo da disciplina.