Trata-se de uma pesquisa que tem como objetivo estudar o Instituto de Pesquisas Educacionais (IPE), do Departamento de Educação do Rio de Janeiro, na década de 1930. Com o apoio do prefeito Pedro Ernesto, Anísio Teixeira desenvolveu uma política de reformulação da educação, no Rio de Janeiro, que teve como uma das referências um conjunto de iniciativas o IPE. No período, o projeto de muitos intelectuais que fomentavam os debates educacionais era viabilizar, por intermédio da educação, a reconstrução nacional do Brasil. A educação escolar era destinada a uma parcela pequena da sociedade e, com isso, transparecia seu caráter elitista, que dificultava o processo de democratização almejada por muitos brasileiros na época. O IPE inicia as suas atividades no ano de 1933 com o objetivo de tratar da investigação e da formulação dos planos de trabalho dos professores, assim como dos programas, métodos e processos educacionais. Sua trajetória assume um rumo diferente em 1937, quando Getúlio Vargas, em novembro, outorga uma nova constituição e instala o Estado Novo. Alguns indicadores apontam para particularidades que tornam o IPE um objeto interessante de estudo, principalmente ao considerarmos o contexto político dos anos em que se manteve em funcionamento fiel ao seu projeto inicial; a sucessão de gestores após o ano de 1935, ao término da gestão de Anísio Teixeira, e as relações entre sua experiência e o surgimento do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), no ano de 1937. Por intermédio dos documentos que compõem a história deste Instituto, chama-se a atenção para uma visão mais detalhada acerca da trajetória da instituição que funcionou como eixo norteador da Reforma da Instrução Pública do antigo Distrito Federal e, posteriormente, como um lócus de amálgamas de distintos projetos educacionais até 1940, ano em que muda a sua denominação e seu estatuto de funcionamento.