Em dezembro de 2019 foi diagnosticado o primeiro caso de COVID-19 no mundo. Em março de 2020 a OMS declarou pandemia do novo coronavírus. No Brasil, as consequências da COVID-19 são potencializadas uma vez que se trata de um território com grande desigualdade social e as populações mais vulneráveis possuem menos recursos para lidar com a pandemia. Dessa forma, o trabalho propõe o emprego da clusterização, uma técnica de aprendizado de máquina não supervisionado de análise multivariada. A partir dela, foi realizado o estudo de agrupamentos de 83 dos 92 municípios do estado do Rio de Janeiro com base em 18 variáveis econômicas, sociodemográficas, incluindo a taxa de letalidade da COVID-19 por município. O uso dessa ferramenta estatística avançada teve como objetivo entender a relação entre variáveis sociodemográficas e econômicas dos municípios do estado do Rio de Janeiro e as diferentes taxas de letalidade da COVID-19 dentre eles. A partir disso, foi possível perceber que há uma relação entre a letalidade e as condições de saúde dos municípios. Aqueles que compõem o cluster 2 possuem condições de saúde extremamente precárias e apresentam as maiores taxas de letalidade por COVID-19. Esses municípios necessitam fortemente de mais recursos para o enfrentamento do SARS-CoV-2. A pesquisa foi realizada no contexto do grupo de pesquisa Effectiveness of the COVID-19 vaccination in Brazil using mobile data, financiado pela instituição Bill & Melinda Gates e pelo ICODA (International COVID-19 Data Alliance).