[pt] O AMBIENTE DIGITAL COMO PRÓTESE DO ESPAÇO PSÍQUICO

[en] THE DIGITAL ENVIRONMENT AS A PSYCHIC SPACE PROTHESIS

[pt] JOAO VICTOR COELHO B DA C BRAGA

[pt] PSICANALISE

[pt] AMBIENTE DIGITAL

[pt] PROTESE

[en] PSYCHOANALYSIS

[en] DIGITAL ENVIRONMENT

[en] PROSTHETICS

[pt] O presente trabalho busca explorar, sob viés psicanalista, a ideia presente em O mal-estar na civilização (Freud, 2010b[1930]) de que as ferramentas humanas funcionam como próteses. A essa ideia soma-se a de Tisseron (2015), de que o virtual digital corresponde ao virtual psíquico, concluindo que o ambiente digital funciona como uma prótese do espaço psíquico. Em um primeiro momento remonta-se à história da dinâmica entre fantasia e mundo externo na obra de Freud, separando-a em três momentos. Em seguida, apresenta-se a maneira como Tisseron compreende a relação entre fantasia e virtual e as implicações disso na noção de prótese. Ao se tratar de tecnologias de comunicação, apresentam-se algumas das mais importantes teorias sobre os seus efeitos subjetivos. Inicialmente, abordam-se as ideias de Adorno (2020a[1977], 2020b[1977]), devido à importância do conceito de indústria cultural e exploram-se suas diferentes apropriações. Apresenta-se também a teoria de McLuhan (1972[1962], 2007[1964]), um dos principais críticos da perspectiva de Adorno. Em seguida, introduz-se a de Martín-Barbero (2001) e como o autor usa o conceito de mediação para criticar ambos, McLuhan e Adorno, e propor uma teoria que leve em conta a recepção enquanto um movimento de trocas que reconhece o receptor enquanto sujeito ativo na relação. Associa-se essa visão ao movimento de Winnicott (2022c[1963]) acerca da importância do ambiente no desenvolvimento do indivíduo. Contrapõe-se o ambiente acolhedor proposto pelo psicanalista inglês aos ambientes digitais arquitetados por big techs com o intuito de capturar os usuários para extração de dados. A partir disso, propõe-se uma descrição desses ambientes e suas estratégias de captura em termos psicanalíticos. Por fim, apresenta-se a teoria de Mark Fisher (2020), sobre uma desesperança inerente aos avanços do neoliberalismo, como isso se relaciona a vida em ambientes digitais, mas como também é possível usá-los de forma criativa para imaginar novas formas de viver.

[en] This paper seeks to explore, from a psychoanalytic perspective, an idea presented in Civilization and its Discontents (Freud, 2010b[1930]) that human tools function as prostheses. This idea relates to Tisseron s (2015) that the digital virtual corresponds to psychological virtual, concluding that the digital environment functions as an adequate space for psychology. At a first moment, it’s important to go back and trace the history of the dynamics between fantasies and the external world, separated by different moments in Freud s theory. Then, we present a way in which Tisseron understands the relationship between fantasy and virtuality and it s implications to the concept of prostheses. Because we re dealing with communication technologies, we present some of the most important theories about their subjective effects. Starting with Adorno s (2020a[1977], 2020b[1977]) ideas, due to the importance of the cultural industry concept and its different developments. The paper also includes McLuhan s (1972[1962], 2007[1964]) theory, one of the main criticisms of Adorno s perspective. Next, we present the work of Martín-Barbero (2001) and how he uses the concept of mediation to criticize both authors and propose a theory that deals with reception as a space of interaction and recognizes the receiver as an active subject in the relationship. We associate that with Winnicott s (2022c[1963]) movement of considering the importance of the environment in individual development. We contrast the fostering environment proposed by the English psychoanalyst with the digital environments designed by Big Techs with the aim of capturing users for data extraction. Based on this, we propose a description of this environments and its capture strategies in psychoanalytic terms. Finally, we present Mark Fisher s (2020) theory, as it’s hopeless in the face of the advances of neoliberalism, it’s connection to life in digital environments, but it is also possible ways to use those spaces creatively to imagine new ways of living.

MONAH WINOGRAD

MONAH WINOGRAD

GUSTAVO DEISTER DIAS BARBOSA

ANNA CAROLINA FRANCO BENTES

2025-08-28

2025-07-09

[pt] TEXTO

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PORTUGUÊS

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https://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.72713