O presente trabalho tem como objetivo suscitar uma reflexão sobre as possíveis repercussões dos estilos parentais no desenvolvimento da autoestima dos filhos. Para tal, discorremos sobre os estilos parentais e a autoestima, bem como sobre a vida infantil, justamente o período em que a autoestima começa a ser desenvolvida. Dessa forma, buscamos compreender os aspectos emocionais e cognitivos envolvidos em cada contexto relacional, assim como suas repercussões no processo de subjetivação. Como forma de transpor a complexa trama da relação parento-filial, nos respaldamos na psicologia cognitiva e do desenvolvimento, assim como na abordagem sistêmica para uma melhor compreensão acerca da família. O estudo apresenta dois fragmentos clínicos de duas entrevistas (uma inicial e uma final) com duas famílias monoparentais femininas, atendidas no SPA da PUC- Rio. Concluímos que os estilos parentais podem influenciar a autoestima infantil, estando o estilo autoritativo associado à alta autoestima e à maior promoção de saúde para a criança, ao contrário dos estilos permissivo e autoritário, que estão associados à baixa autoestima infantil e repercussões negativas no futuro do indivíduo. Além disso, também foi possível concluir que o estilo de apego está associado ao estilo parental, sendo mais provável que pais com estilo autoritativo estabeleçam apego seguro e também promovam essa forma de apego aos filhos.