O estudo sobre a influência de variações de temperatura sobre materiais rochosos possui diversas aplicações no ramo da engenharia. Indústrias como a de petróleo, nuclear e geotérmica estão em constante contato com estes efeitos e muitas vezes em ambientes de elevadas temperaturas. Por outro lado, não só altas temperaturas podem influenciar o comportamento mecânico do material rochoso, a variação de temperatura durante o dia, ao longo dos anos, gera deformações permanentes nas rochas. Diversos autores já ligaram este mecanismo de lenta degradação mecânica do material rochoso com queda de blocos em que a expansão e contração dos minerais presentes na rocha geram repetidas variações de tensões que levam a danos permanentes no material. Esta dissertação pretende aumentar o número de dados e entender melhor este mecanismo. Para isso, foi realizada uma longa campanha de ensaios de ciclagem de temperatura em banho-maria. Foram utilizados para os ensaios amostras de sienogranitos, rocha ígnea intrusiva similar as que se encontram nos taludes rochosos do Rio de Janeiro. Para a caracterização mecânica do material foram realizados ensaios de velocidade de propagação de ondas, compressão uniaxial, tração indireta e ensaios esclerométricos. Também foi realizada a caracterização física do material para obter os parâmetros de porosidade e peso específico. Todos os ensaios foram realizados tanto em amostras cicladas e não cicladas. Análises petrográficas foram realizadas para descrição mineralógica, e quantificar o fissuramento nestas amostras. Os resultados demonstraram que as amostras cicladas apresentaram redução dos parâmetros mecânicos com o aumento do número de ciclos indicando danos permanentes, enquanto a análise petrográfica indica que este mecanismo atua preferencialmente sobre linhas de fraqueza préexistentes no material.