O Brasil é um dos países de maior destaque na exploração de energia eólica onshore. Porém, apesar de também ter o potencial para ser um dos maiores players no crescente e relevante setor offshore, tal modalidade ainda não é explorada no país. Para avaliar o potencial eólico offshore no país, foi realizada uma Revisão Sistemática da Literatura com o objetivo de avaliar o estado da arte da literatura e sintetizar os resultados. Foi escolhida a base de dados científica Scopus por ser uma das mais importantes do mundo. Foi constatado que há uma lacuna de conhecimento sobre o tema pois apenas 7 estudos efetivamente estimaram o potencial eólico apenas offshore do ou no Brasil. Além disso, os poucos estudos realizados obtiveram resultados diferentes, devido a diferentes combinações de parâmetros, bases de dados e fatores restritivos técnicos, sociais e ambientais utilizados nos cálculos. Porém, apesar das diferentes combinações, todos os estudos convergiram na sua maior parte quanto às áreas de maior potencial e recursos eólicos no país, chamadas de hotspots. Os hotspots identificados foram áreas dos litorais norte do MA, PI, CE e RN, sendo este o de maior potencial; áreas dos litorais de SC e RS, especialmente entre Florianópolis e a fronteira sul do RS; dos litorais do AP e PA; e áreas menores do litoral do ES, RJ e SP. O maior potencial Bruto calculado (sem considerar fatores restritivos) foi de 10.800 GW (ou 10,8 TW) para a área total da ZEE brasileira. O menor potencial calculado, considerado mais realista e viável por considerar fatores restritivos técnicos, sociais e ambientais, foi de cerca de 330 GW, ainda assim considerado muito elevado, equivalente a quase o dobro da capacidade total instalada no Brasil de todas as fontes de energia em 2020 (174 GW).