A ciência oceânica carece de um diálogo estruturado entre os conhecimentos técnico e empírico social, em particular com o esporte. São escassos os trabalhos que estimulam e conectam cientistas do mar e esportistas aquáticos. A falta de comunicação entre estes setores sociais inviabiliza oportunidades que agregam para a sustentabilidade do oceano. Por conta disto, e em busca de analisar o potencial que os esportes aquáticos possuem para o desenvolvimento da cultura oceânica no Brasil, esse trabalho propõe uma metodologia de aprendizagem experiencial que conecta a educação do surf a temas da sustentabilidade, oferecendo aos educadores desse esporte uma ferramenta capaz de propagar a Cultura Oceânica. A metodologia tem como base a Teoria da Aprendizagem Experiencial, desenvolvida em sua maior parte por David Kolb (1984). Nesta abordagem, o aprendizado se inicia a partir da experiência direta de cada pessoa, seguida de reflexões, conceituação e ações estimuladas para internalização e fixação da aprendizagem. A metodologia proposta neste trabalho conecta a aprendizagem prática do surf a reflexões, conceitos e estímulos comportamentais ligados à Cultura Oceânica. Para compreender o contexto do público em relação ao tema, e averiguar a importância da criação desta metodologia, foram realizadas quinze entrevistas em profundidade: oito com educadores do oceano e sete com educadores do surf. A abordagem teórico-metodológica do construcionismo social de Spink (2013) orientou o desenho da pesquisa e a análise das entrevistas. Ambos os grupos de educadores concordaram com o importante papel do esporte como ferramenta de sensibilização para aprendizagem da sustentabilidade do oceano e disseminação da cultura oceânica.