Esse trabalho discorre sobre os usos do Eu e do Outro no discurso político da Europa Central no contexto otimista de entrada dos países do Grupo Visegrad na União Europeia; e no discurso político mais recente da Polônia e da Hungria, como é possível observar pela ampla repercussão na mídia internacional, atualmente marcadas por governos populistas e eurocéticos. Através de uma abordagem discursiva da política externa, pretende-se elucidar a relação co-constitutiva entre discursos políticos e identidades, bem como as representações de identidades presentes nos discursos em questão e seus objetivos. Questiona-se o entendimento convencional de identidades como algo fixo e estável e, ao analisar diferentes contextos, busca-se demonstrar, por meio do caso da Europa Central, a fluidez, a instabilidade e a contingência histórica de construções de identidades e de discursos políticos nas Relações Internacionais.