Ao longo dos anos, as emissões de gases de efeito estufa vêm crescendo expressivamente. Em 2015, os países participantes da COP21 firmaram o Acordo de Paris, concordando em limitar o aquecimento global em valor abaixo de 2 graus C. A busca pela neutralidade de carbono do setor energético brasileiro até 2050, contará com substituições de fontes atuais por alternativas de baixo carbono, como o hidrogênio, e por processos com sequestro e armazenamento de carbono (CCS). O hidrogênio, todavia, só pode ser uma alternativa caso, durante seu processo produtivo, não ocorram emissões de CO2, o que não é uma realidade atualmente, dado que a rota tecnológica mais madura de produção de H2 é a reforma a vapor de combustíveis fósseis, que resultam no hidrogênio cinza. Para reduzir a intensidade de CO2, estão sendo considerados métodos alternativos de produção. Dentre eles, o hidrogênio verde, produzido a partir da eletrólise da água com o uso de energia elétrica renovável, e o hidrogênio azul, que tem processo equivalente ao hidrogênio cinza, porém com uma posterior etapa de CCS. O objetivo desse trabalho foi explorar melhor a rota tecnológica de produção de hidrogênio azul aplicado ao contexto brasileiro, realizando uma análise técnica, que consistiu no mapeamento de regiões com potencial de implementação das rotas tecnológicas estudadas, além da análise econômica, com a comparação de preços dos hidrogênios cinza e azul em território brasileiro atualmente, e ambiental, analisando os possíveis impactos das reduções das emissões ao adicionar CCS à produção de H2 pelo setor do refino. Por fim, concluiu-se que o Sudeste é a região mais provável de sediar a produção de hidrogênio azul, mas que existem outras opções, como o Nordeste, que poderiam ser utilizadas para projetos-pilotos. Quanto aos aspectos econômicos, a implementação de CCS pode representar aumentos expressivos de custo, podendo chegar a 1100 por cento quando comparados a rota de produção do hidrogênio cinza, que tem mais maturidade tecnológica. Em relação aos impactos ambientais, a utilização de unidades de CCS pode reduzir em até 90 por cento as emissões referentes à produção de H2 no setor do refino e reduzir em até 70 por cento o potencial de aquecimento global da atividade.