Há um amplo consenso acerca do caráter reformador do ministério pastoral de Francisco. Muitos falam, inclusive, de uma nova etapa do no processo de recepção do Concílio, depois do longo inverno ou da longa seca que se abateu na Igreja nas últimas décadas. Esse processo de conversão/renovação/reforma eclesial vem sendo analisado por vários autores sob diferentes pontos de vista: pastoral-missionário, social, moral, litúrgico, estrutural, legislativo, teológico-eclesiológico etc. Nossa reflexão está centrada na compreensão (mais ou menos explícita e elaborada) de teologia e do fazer teológico, presente nos vários escritos de Francisco, particularmente em pronunciamos dirigidos à Comissão Teológica Internacional e a eventos teológicos. Destaca sua insistência numa teologia feita no sulco aberto pelo Concílio Vaticano II, como parte da missão salvífico-evangelizadora da Igreja, em fidelidade criativa à Tradição, nas fronteiras e periferias do mundo. E mostra como isso não é uma mera questão de estilo pessoal e opcional, mas algo constitutivo e determinante da identidade da teologia e do teologizar e, portanto, algo que diz respeito ao próprio estatuto da teologia.