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Título: (DES)APRENDIZAGENS CRÍTICO-REFLEXIVAS NO/SOBRE OS CANDOMBLÉS: TRAJETÓRIAS, PERFORMANCES E FORMAS DE VIDA AUTOETNOGRAFADAS
Autor: RENAN SILVA DA PIEDADE
Instituição: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO - PUC-RIO
Colaborador(es):  ADRIANA NOGUEIRA ACCIOLY NOBREGA - ORIENTADOR
Nº do Conteudo: 62997
Catalogação:  23/06/2023 Liberação: 23/06/2023 Idioma(s):  PORTUGUÊS - BRASIL
Tipo:  TEXTO Subtipo:  TESE
Natureza:  PUBLICAÇÃO ACADÊMICA
Nota:  Todos os dados constantes dos documentos são de inteira responsabilidade de seus autores. Os dados utilizados nas descrições dos documentos estão em conformidade com os sistemas da administração da PUC-Rio.
Referência [pt]:  https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=62997&idi=1
Referência [en]:  https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=62997&idi=2
Referência DOI:  https://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.62997

Resumo:
Neste estudo de fortes dimensões autoetnográficas (ADAMS; JONES; ELLIS, 2015), investigo o modo de vida ético-político-religioso-plural dos Candomblés (NASCIMENTO, 2016), tendo em conta as histórias elaboradas por mim e por minha Ialorixá (Mãe Simone de Jagun), ambos indivíduos negros, em diálogo sobre nossas vivências dentro e fora do Ilê Asè Jagùn Orùn Ayê, terreiro localizado no bairro de Cosmos (Zona Oeste do Rio de Janeiro). A partir de um olhar qualitativo-interpretativo para conversas reflexivas (MILLER, 2013) acerca de como balancear as diversas áreas da vida, de sermos felizes em nossas escolhas religiosas, de questões familiares, de Candomblé como formação de vida, dentre outros tópicos, busco: identificar quais marcas linguísticas avaliativas (THOMPSON; ALBA-JUEZ, 2014) perpassam nossas interações; conhecer quais emoções (REZENDE; COELHO, 2010) e quais crenças (BARCELOS, 2013) emergem durante esse processo narrativo-avaliativo e a que macrodiscursos, ligados às Cosmopercepções dos Candomblés (ou não), elas estão afiliadas (ou não); entender como esses macrodiscursos operam na construção plural e heterogênea da experiência nos Candomblés. Alinhado aos princípios da Linguística Aplicada Crítica (TANZI NETO, 2021) e da Pedagogia de Terreiro (OLIVEIRA; ALMIRANTE, 2017), conduzo a análise com base na visão performativa de linguagem e de narrativa (MELO; MOITA LOPES, 2014; MELO; ROCHA, 2015), através de três lâminas de observação apresentadas de maneira sobreposta (TEIXEIRA; BIAR, 2019). Na primeira delas, olho para a estrutura das narrativas e para seus principais movimentos retóricos; na segunda, miro o momento em que se narra, a ordem interacional, a dimensão situada em que as narrativas foram coproduzidas por nós; na terceira, opero em um nível mais macrolinguístico, mapeando os discursos e as normas sociais que fazem parte do contexto comunicacional sob escrutínio (BIAR; ORTON; BASTOS, 2021). Durante esse processo de pesquisa em que também procuro quebrar (meus) silêncios, recuperar (minhas) vozes perdidas e desnaturalizar por meio de (minhas) memórias vivas e potentes os efeitos das injustiças sociais sobre nossos corpos negros interseccionados por questões de raça, de gênero, de sexualidade, de classe social (MELO, 2021), entre outras, pude identificar nas nossas interações construções indicativas de uma relação solidária e respeitosa com as vozes, com as emoções, com as crenças e com as histórias de vida um do outro. Entre diversas produções afetivas de desequilíbrio na vida, de culpa no exercício da maternidade, de rejeição familiar e de felicidade nas práticas afrorreligiosas, denunciamos discursos racistas que mobilizam desvios existenciais acerca de nossas vivências nos Candomblés e ao mesmo tempo nos afiliamos a discursos que privilegiam uma trajetória de terreiro onde a diversidade e o cruzamento de diferentes perspectivas trazidas pelos sujeitos são fatores marcantes.

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