Diante do cenário de agravamento de crises devido à pandemia da COVID- 19, essa pesquisa buscou compreender como, em um contexto brasileiro de pandemia, a educação empreendedora busca construir um conhecimento reflexivo e propositivo acerca do papel do empreendedor na sociedade, e de que forma uma educação crítica pode contribuir com esse processo. O estudo qualitativo analisou os dados recolhidos em um processo de observação participante do pesquisador em uma disciplina de empreendedorismo de uma universidade de grande reconhecimento na temática, os documentos relacionados à referida disciplina e depoimentos de docentes e estudantes, concedidos por meio de entrevistas. A partir de uma abordagem temática, a análise foi estruturada sob a perspectiva de dois grandes temas e seus subtemas: (1) Ser empreendedor; (1.1) Perfil Empreendedor, (1.2) Educação Empreendedora, (1.3) Eu Produto, (1.4) Indivíduo padronizado; e (2) Ser um empreendedor agente de mudança; (2.1) Visão Coletiva versus Visão Individualista, (2.2) Mudança positiva versus mudança negativa, (2.3) Empreendedorismo social. Dessa forma, a pesquisa evidencia uma contribuição pouco efetiva para a formação de indivíduos críticos e com potencial de transformação social. Portanto, o estudo sugere, a partir de um alicerce consistente da pedagogia crítica de Paulo Freire, entre o empreendedorismo social, de impacto e o ensino do empreendedorismo, uma reavaliação deste último enquanto instrumento político, democrático e de liberdade, que trabalhe a serviço da visão coletiva, desenvolvendo sujeitos capazes de interagir com as demandas reais e atuar de forma propositiva, promovendo mudanças positivas frente aos problemas socioambientais que fazem parte das realidades brasileiras.