A família permanece como a principal responsável pela transmissão das regras sociais e, portanto, pela inserção dos seus membros na sociedade. As relações estabelecidas entre pais e filhos são representadas pelas práticas educativas parentais, que consistem no conjunto de estratégias utilizadas por estes, objetivando orientar os comportamentos socialmente adequados dos filhos, e são divididas em práticas positivas e negativas. As práticas mais utilizadas pelos pais influenciam no desenvolvimento socioemocional dos filhos. Além disso, parte dos comportamentos dos filhos são aprendidos com seus pais, seja através da modelagem, da modelação ou do uso de regras. O que implica dizer que os filhos podem utilizar as mesmas práticas educativas que seus pais no exercício de sua parentalidade. Dessa forma, o presente estudo objetivou investigar se as práticas educativas parentais são transmitidas entre gerações e quais dessas práticas aprendidas os filhos utilizam no exercício de sua parentalidade. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas e aplicou-se o RE-HSE-P com 10 pares de homens (pais e filhos) que exercem a parentalidade e residem no estado do Ceará. Os resultados obtidos foram analisados estatisticamente através do software SPSS versão 20.0 e lexicograficamente pelo software IRaMuTeQ. Constatou-se que as práticas positivas foram as mais transmitidas entre as gerações participantes, ressaltando a monitoria positiva e o comportamento moral. Os pais da Geração 1 demonstraram fazer mais uso das práticas negativas do que os pais da Geração 2. Assim, este estudo contribui para o surgimento de novas perspectivas quanto à transmissão das práticas educativas parentais.