Esta pesquisa tem como objeto o Ensino de História no modelo de turma intitulado 6° ano Carioca, implementado na prefeitura do Rio de Janeiro desde 2011, na época denominado Projeto 6° Ano Experimental. Essa política pública direcionada às classes de 6° ano defende uma abordagem interdisciplinar dos conteúdos e estende a atuação do professor generalista do primeiro para o segundo segmento do Ensino Fundamental. Diferentemente do que acontece no 6° ano Regular, onde há um professor especialista para cada disciplina, no formato do 6° Carioca o regente se torna responsável por lecionar 5 matérias – Ciências, Geografia, História, Matemática e Português – em apenas uma turma. Levando em conta a média duração e uma consistente expansão de escolas participantes, a dissertação apresenta como objetivos a compreensão da organização do 6° ano Carioca, a análise da política a partir das percepções dos docentes e as estratégias dos professores generalistas para ministrar os conteúdos de História. De natureza qualitativa, a pesquisa utilizou como metodologia entrevistas semiestruturadas e análise documental. Contrariando o discurso da melhoria da qualidade da educação da gestão Eduardo Paes (2009- 2016), o estudo verifica como consequências da política a precarização do ensino, fortemente marcada pela hierarquização de disciplinas com prejuízo para a área de Ciências Humanas, o baixo investimento na formação continuada dos professores, com espaço reduzido para discussão e planejamento da prática da interdisciplinaridade , o agravamento do processo de desprofissionalização docente e o baixo desempenho dos alunos oriundos desse tipo de turma ao longo de sua trajetória escolar.