A presente pesquisa estuda a produção do espaço urbano como um fenômeno complexo que se submete às determinações históricas do presente, a partir das transformações na/da cidade em processo de expansão. O urbano é dinâmico e marcado por momentos seja de valorização de novas áreas, seja de desvalorização ou revalorização de outras, determinando novos usos e funções para atender o capital. O espaço urbano é produção social, materializado nas diversas práticas espaciais dos sujeitos que vivenciam a cidade. Investigamos a produção do espaço urbano e o processo de expansão da cidade do Rio de Janeiro para à Zona Oeste, com foco na XXVI Região Administrativa de Guaratiba. O século XXI vem apresentando modelos de gestão com políticas públicas voltadas para as questões externas a cidade, com investimentos que privilegiam grandes obras viárias com forte impacto nas transformações do espaço urbano. O processo de expansão da cidade apresenta duas racionalidades que se complementam. Uma é a racionalidade horizontal que se encontra na dimensão do cotidiano e que promove mudanças nas práticas socioespaciais, atingindo os sujeitos de diversas formas. A outra é a racionalidade vertical caracterizada pela interdependência hierárquica, organizacional, configurada em redes, provocando alterações nos padrões de consumo, na circulação de bens e serviços, como também nas ideias e inovações. Nessa perspectiva propomos um estudo das intervenções que chegam à RA de Guaratiba, promovidas principalmente pelo Estado e pelo mercado imobiliário, alterando significativamente a vida dos seus habitantes, além de demostrar uma reorientação urbana da cidade do Rio de Janeiro. Essa investigação parte das representações dos sujeitos sociais, com base na dialética, a fim de compreender as contradições e os conflitos existentes, tensionados por relações de poder nas múltiplas escalas. A análise dos elementos discursivos dos sujeitos pesquisados evidenciou uma perspectiva de desenvolvimento ligado à modernidade; Guaratiba como área de fronteira para o capital; e a presença de aspectos culturais e sociais na região relacionados à concepção de Sertão Carioca.