O propósito desta pesquisa é investigar um tipo emergente de INV, a Borderless Firm, ao apresentar um estudo de caso sobre uma jovem e pequena empresa brasileira que se enquadra nas características que distinguem este tipo de empresa. Analisa-se detalhadamente como ocorreu o processo de estabelecimento de cada uma das atividades coordenadas internacionalmente, buscando entender as motivações da empresa e a relevância das redes de relacionamento nessa trajetória. Embora a pesquisa seja baseada em um estudo de caso único devido às limitações atuais de se identificar empreendimentos que apresentem a configuração da Borderless Firm, acredita-se que o caso da Zee.dog contribui para corroborar certos aspectos da incipiente teoria, como a diversidade de motivos que influenciam as decisões de internacionalização dessas empresas, a alternância entre as lógicas de previsão e controle que parecem guiar esse processo e a importância que as redes de relacionamento assumem não apenas para o reconhecimento de novas oportunidades, mas para diminuir barreiras ao aprofundamento da internacionalização, e como mecanismo alternativo de governança para evitar o oportunismo. Além disso, o estudo indica que a configuração global pautada na coordenação de atividades geograficamente dispersas e baseada em relacionamentos complexos com diversos atores internacionais pode vir a ser fonte de vantagens competitivas sustentáveis, que são necessárias para sobreviver no mercado global.