Este trabalho teve como objetivo analisar o livro didático, sua historicidade e ideologia, como instrumento pedagógico do ensino da Língua Portuguesa nos anos iniciais do Ensino Fundamental (mais especificamente relativos à prática alfabetizadora de letramento). Levanta questões relacionadas à práticas de incentivo à leitura como experiência prazerosa. Discute também concepções sobre ato de ler, conceitua a leitura e as relações da leitura literária na escola; O papel do professor valorizando, ou não, o acesso aos diferentes suportes de leitura; Analisa os gêneros presente em edições didáticas (pesquisadas) de ensino da Língua Portuguesa e propõe reflexões sobre caminhos para a formação de leitores. Roger Chartier indicou o quadro mais amplo do conceito aqui pesquisado, através do qual a leitura foi compreendida como uma prática cultural, realizada em diferentes suportes, sujeita a diferentes ―gestos, espaços e hábitos e, logo, sujeita a diferentes apropriações e avaliações, acentuando a impossibilidade de que ela seja abordada de forma abstrata, universal. Ao longo da pesquisa percebeu-se que o livro didático, apesar do discurso escolar/pedagógico sobre a necessidade de sua utilização, tradicionalmente entendido como sendo o instrumento quase exclusivo ao processo de apropriação da língua escrita, não apresenta um caminho determinante à aquisição de uma leitura competente além de, algumas edições pesquisadas representarem um desserviço à prática da leitura por prazer.