A literatura possui um potencial humanizador, capaz de possibilitar ao leitor o conhecimento de si próprio e do mundo, com especial relevância para o jovem leitor, que está em processo de formação da sua subjetividade. Contudo, a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil constata um movimento de afastamento entre o jovem e a leitura literária. Identificando o Design como mediador de leitura e possível aliado no processo de aproximação entre o público juvenil e os livros de literatura, busca-se nesta dissertação um entendimento dos lugares do Design no mercado editorial contemporâneo e nas políticas públicas de fomento à leitura, por meio da análise quantitativa e qualitativa de livros formadores do acervo do Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE). A categorização organizada, a partir dos conceitos de Linden, Haslam e Lupton e Phillips, compõe um panorama das relações entre conteúdo textual e imagético nos livros para jovens e relaciona a presença de elementos do Design à valorização da fruição do leitor e ao diálogo entre as diversas linguagens do objeto-livro. Ao constatar que a maioria dos livros não considera o lugar social do jovem leitor e não explora as possibilidades oferecidas pelo Design, propõe-se uma política de Design na Leitura, configurada como atividade projetual de vocação interdisciplinar que entende o leitor enquanto instância cultural e social, visando não apenas contribuir para a consolidação do Design como campo interdisciplinar junto às políticas públicas de fomento à leitura, como também para um projeto de formação continuada do magistério.