A sociedade ocidental pós-moderna presencia a valorização de um modelo que privilegia a liberdade individual de forma exacerbada, o que acaba por resultar na fragilidade dos laços afetivos. O sujeito contemporâneo parece absorto na ilusão de bastar-se por si próprio, apontando para uma lógica de subjetivação complicada, na medida em que parece negar as necessidades intersubjetivas inerentes ao ser humano. Nesse contexto, pretendeu-se pensar a respeito da construção da parentalidade na contemporaneidade, visto que tornar-se pai e mãe tem como implicação o amor a um objeto, para além de uma posição narcisista. Para tanto, foi realizado um estudo exploratório, por meio de entrevistas com quatro sujeitos dos segmentos médios da população carioca, com idades entre 25 e 29 anos, sendo dois homens e duas mulheres. Na pesquisa pretendeu-se investigar a expectativa de jovens adultos frente ao tornar-se pai e mãe na atualidade, utilizando uma metodologia qualitativa. As entrevistas foram semi-estruturadas e baseadas em um roteiro previamente delineado. Para analisar as entrevistas, foi utilizado o método de análise de conteúdo (Bardin, 1977).