A análise da superfície da fratura, que figura uma sucessão de ocorrências devido a propagação da trinca, permitiu associar o relevo da fratura com as tensões aplicadas. Os eventos expressos pela superfície fraturada podem indicar as linhas de cargas atuantes, o modo de processo da fratura, entre outros. O trabalho tem por objetivo comparar, experimentalmente, a resistência à propagação de trincas dos aços SAE 1020 e SAE 4140, possibilitando assim, uma avaliação de seus desempenhos em componentes mecânicos e/ou estruturais quando na presença de defeitos. As apurações foram realizadas através de imagens obtidas por um microscópio eletrônico de varredura e possui caráter qualitativo. As amostras foram submetidas ao ensaio de fratura com propostas geométricas distintas, com intuito de promover comparação para diferentes modos de propagação de trinca. Este trabalho estudou o comportamento na fratura dos aços SAE 1020 e 4140 na presença de pré-trincas ou de entalhes laterais. A primeira comparação ocorreu no aço SAE 4140 com corpos de prova com e sem entalhe lateral, em que o CP com pré-trinca apresentou deformação, enquanto o CP com side groove exibe uma frente trinca consideravelmente mais reta e isto é devido à restrição do estado de tensão plana provocado pelo entalhe lateral. A segunda comparação ocorreu entre corpos de prova pré-trincados dos aço SAE 1020 e 4140, onde o corpo de prova do aço 1020 se deformou consideravelmente, tornando o processo de fratura gradual devido as suas características dúctil, enquanto a fratura do CP 4140, se desenvolveu de maneira súbita e gerou pouca deformação. Por análise comparativa, o aço 1020 demonstrou maior tenacidade ao 4140.