O presente trabalho apresenta as práticas da Colônia de férias Kinderland e sua relação com uma infância ativa e dialógica, em que a criatividade, autonomia, coletividade e escuta são, na experiência da autora enquanto colonista, extremamente valorizados. A Kinderland é uma Colônia de férias judaica e localiza-se em um sítio no distrito de Sacra Família do Tinguá, município de Engenheiro Paulo de Frontin, no Estado do Rio de Janeiro. Ela oferece atividades durante o mês de janeiro, para crianças de, aproximadamente, oito a quatorze anos. Na monografia, são apresentadas contribuições teóricas de William Corsaro (2005, 2011), Martin Buber (2003) e Paulo Freire (1981) buscando refletir sobre o papel da criança na sociedade e a concepção de infância que é revelada na proposta da Kinderland que vai de encontro à ideia da criança como ator social e sujeito ativo, além da importância da relação dialógica nesse espaço. A história da Kinderland e a sua criação são abordadas mostrando a sua intensa relação com o período Pós-Segunda Guerra Mundial. O cotidiano e as práticas dessa colônia de férias são também relatados a partir da experiência da autora e suas recordações. Essa produção traz memórias em momentos de cuidado, interação, troca, convivência comunitária e ricas lembranças da infância nesse lugar. A monografia é apenas o ponto de partida de um estudo que terá continuidade na Dissertação de Mestrado, a qual será defendida até março de 2018, onde a autora dará visibilidade às narrativas das crianças que frequentam a Kinderland atualmente e dos adultos que já frequentaram. Portanto, será possível conhecer diferentes perspectivas, perceber as possíveis ambiguidades e compreender se essa experiência está, para outras pessoas, de acordo com a proposta dialógica da Colônia. Continuaremos tecendo essa história através das narrativas de outros participantes que estiveram/estão presentes na constituição da Kinderland.