Este estudo investiga a construção das identidades de uma professora de inglês, por meio das manifestações de suas crenças em conversas sobre material didático. A pesquisa fundamenta-se em teorias socioconstrucionistas de identidade, que concebem a construção identitária como um fenômeno fluido, múltiplo e fragmentado; gerado no discurso, situado no contexto e no curso das interações; e construído em termos de semelhança e diferença (DUSZAK, 2002; MOITA LOPES, 2002, 2003; BAUMAN, 2005; BUCHOLTZ; HALL, 2005; HALL, 2005). O arcabouço teórico também toma por base a abordagem sociossemiótica de linguagem da Linguística Sistêmico-Funcional (HALLIDAY, 1989, 1994) e segue uma metodologia qualitativa de pesquisa (DENZIN; LINCOLN, 2000). O trabalho foi conduzido em cima de um estudo de caso com uma professora de inglês durante reuniões realizadas para discussão sobre o novo material proposto para o curso infantil de uma escola de idiomas do Rio de Janeiro, da qual eu era coordenadora do segmento à época. Os dados foram analisados sob a ótica da Linguística Sistêmico-Funcional, principalmente com o ferramental de análise do Sistema de Avaliatividade (MARTIN, 2000; MARTIN; WHITE, 2005; VIAN JR., 2009), e sinalizam que o afeto, o julgamento e as apreciações permeiam as crenças que contribuem para os processos identitários da professora participante. Durante as conversas, a participante (co)construiu e (re)construiu suas identidades, refletindo como ela se vê profissionalmente e como ela se relaciona com as outras participantes das reuniões, assim como com os outros professores da instituição e com os alunos.