A Marinha do Brasil presta o seu apoio logístico em cenários, por vezes, inóspitos, a partir de uma rede logística que, na sua origem, formou-se com base em conceitos e necessidades operativas, podendo também conviver com ineficiências e acomodações pela falta de concorrentes. Em 2008, fruto de uma decisão política e estratégica, dentro do contexto das relações internacionais no qual o Brasil está inserido, iniciou-se o processo de aquisição de novos submarinos convencionais (S-BR) e o apoio à elaboração do projeto e construção de um submarino nuclear (SN-BR), que se constitui no mais complexo e significativo projeto conduzido pela Marinha nos últimos tempos. Não obstante a importância desse projeto, estaria a cadeia de suprimento de sobressalentes (CSS) da Marinha pronta para prestar o devido apoio logístico ao novo meio operativo? O atual desenho de rede da Marinha atende as necessidades deste apoio? Qual o atual estágio de desenvolvimento da CSS e como promover uma maior integração dessa rede, com vistas a um melhor gerenciamento? Em meio a poucos estudos sobre o assunto e uma significativa carência de informações, o presente trabalho apresenta respostas a essas e outras questões correlatas, que se mostram cada vez mais prementes, diante da previsão de início dos testes de mar do primeiro submarino já 2017. Indubitavelmente, a Marinha é reconhecida pela sua grande capacidade de organização e pelo comprometimento de seus profissionais, mas serão necessárias algumas ações a mais para vencer este enorme desafio logístico.