Constatou-se que os atos piratas no Golfo da Guiné, especialmente em Nigéria, estão fortemente associados ao roubo de cargas de petróleo e à pilhagem das instalações de exploração do produto. As ações dos perpetradores de tais atos, como é o caso da Nigéria que se debruçou mais, visam atingir o Estado Federal e as multinacionais exploradoras do petróleo bruto nacional. Com base na Teoria dos Complexos Regionais de Segurança e nos conceitos teóricos sobre a securitização, procurou-se analisar a pirataria na região estudada como uma ameaça existencial socialmente construída e como um objeto securitizado por uma variedade de atores políticos (regionais e internacionais). O objetivo cabal é mostrar que, no atual contexto da corrida pelo petróleo no Golfo da Guiné, a securitização da pirataria provoca a despolitização de questões econômicas e sociais inerentes aos Estados locais e a ameaça suas soberanias e integridades territoriais.