O presente trabalho discute a presença do antiniponismo no meio intelectual brasileiro durante o período da Primeira República a partir da figura do médico Miguel Couto (1865-1934) e a sua obra Seleção Social. Publicada em 1930 como resultado da compilação dos artigos escritos para o periódico O Jornal entre os anos de 1924 e 1925, a obra foi um exemplo do posicionamento público desse intelectual contra a vinda dos imigrantes japoneses. Nela, Miguel Couto desqualificou racialmente esses imigrantes e denunciou a vinda deles ao Brasil como parte de um plano expansionista que visava transformar o país em uma área de influência do Japão. Portador de credenciais que lhe davam autoridade e suporte científico para interferir tanto no campo médico quanto político, Couto apresentou argumentos antinipônicos que se adequavam ao contexto políticosocial do país naquele período.