O Plano Real obteve grande êxito na estabilização da inflação brasileira, que havia até mesmo alcançado a marca de quatro dígitos ao ano no passado recente. Diversos pacotes antiinflacionários foram implementados, sem sucesso duradouro, desde a primeira metade da década de 80, quando a estabilidade dos preços passa a desempenhar papel central na execução da política econômica: é o fim do desenvolvimentismo e o começo da era do monetarismo. Os maiores efeitos do plano foram sentidos pelas classes de estratos mais baixos de renda, que obtiveram um grande aumento de seu poder de compra, em função, principalmente, da estabilidade dos preços e da redução do imposto inflacionário, observando-se um processo redistributivo da renda. Além disso, os consumidores desta classe possuem uma alta propensão marginal a consumir da renda, sendo uma grande parte do que ganham num período convertido em consumo corrente. Analisaremos alguns determinantes para o comportamento do consumo em um ambiente de inflações crônicas no segundo capítulo. Por causa de diversos efeitos desencadeados pelo fim do processo inflacionário, observou-se um grande aumento do consumo no Brasil a partir de julho de 1994. Analisaremos as causas desse fenômeno no terceiro capítulo. Nele ainda abordaremos o esforço de estabilização do Governo, ou seja, as medidas tomadas com o fim de manter a estabilidade dos preços conquistada com o plano Real. Por fim, no quarto capítulo, analisaremos os efeitos da abertura e da estabilização econômica sobre o mercado de automóveis brasileiro. Abordaremos também os principais determinantes da demanda de automóveis no Brasil e veremos a sua trajetória nos últimos anos.