Esta pesquisa analisa a relação entre jornalistas e personagens em coberturas de longa duração, a partir do conceito de subjetividade na análise de narrativas jornalísticas e da proposição de uma nova nomenclatura conceitual: subjetivação da objetividade. É estudada a experiência da repórter Fabiana Moraes na cobertura, ao longo de dezoito meses, do processo de redesignação sexual da cabeleireira Joicy, no interior de Pernambuco, posta em diálogo, sob a perspectiva da autoetnografia, com a experiência da autora como repórter, na cobertura do caso Rafael Braga, preso injustamente no contexto das manifestações de junho de 2013 no Rio de Janeiro, em cerca de 30 reportagens ao longo dos últimos nove anos. Parte-se de uma revisão bibliográfica dos conceitos de objetividade e subjetividade e dos conceitos de jornalismo literário e etnográfico. Utiliza-se, como metodologia, a análise documental de coberturas de longa duração para verificar os tensionamentos dos preceitos éticos tradicionalmente adotados no jornalismo.