Para Alberto Camus, não se descobre o absurdo sem ser tentado a escrever algum manual de felicidade (1989, p. 171). Reconheço que nossa pretensão neste prefácio será bem mais modesta do que a tentativa apontada pelo autor, entretanto, ainda que por poucas linhas, discorrer sobre a felicidade permanece um constante e apaixonante desafio. Afinal, estamos diante do anseio que atravessa toda a história da humanidade e que, apesar de todas as tentativas empreendidas, mantém sua definição permanentemente aberta e seu sentido teimosamente livre para passear pelo imaginário e pela experiência social e pessoal. Assim, ao falarmos de felicidade tratamos de um termo que, apesar de nossas vãs armadilhas, não se permite domesticar. De tal forma que as parcas certezas que podemos aferir sobre seu significado podem ser resumidas, com alguma segurança, na afirmação indicada por Zygmunt Bauman: é melhor ser feliz do que infeliz (2009, p. 39).