Os constructos responsáveis pela fundamentação teórica da neuropsicologia foram, em grande parte, constituídos a partir da convergência de várias ciências. Sendo assim, para que se possa compreender a neuropsicologia, é necessário ter em mente um percurso histórico desde os estudos iniciais da história da mente e do cérebro. A avaliação neuropsicológica ocupa um lugar central na neuropsicologia, uma vez que auxilia no exame de determinadas manifestações do indivíduo para a investigação do funcionamento cognitivo e mental. A avaliação neuropsicológica deve abranger a análise quantitativa e a análise qualitativa. Os resultados quantitativos dos testes neuropsicológicos refletem a maturidade conceitual e o nível cognitivo dos pacientes, porém é importante ressaltar que muitas variáveis externas aos testes podem interferir nesse desempenho. Assim, os escores dos testes, isoladamente, fornecem pouca informação acerca do funcionamento do paciente, sendo muitas vezes importante verificar como ele soluciona um problema e o porquê de não conseguir executar determinadas tarefas. Com o objetivo de averiguar a importância da avaliação qualitativa na prática dos psicólogos que realizam a avaliação neuropsicológica, foi realizada uma entrevistada semiestruturada com 11 profissionais. A entrevista semiestruturada, neste caso, visou o entendimento amplo do processo de avaliação neuropsicológica na prática de cada profissional. Os resultados foram organizados em princípios de classificação, dando origem, por sua vez, a conjuntos de categorias que, ao serem analisados, permitiram concluir que a importância dada pelos neuropsicólogos à avaliação qualitativa ainda está muito aquém da avaliação quantitativa.