O observador estudado tem uma certa redundância, i.e., ele estima o estado todo (de n componentes), quando, na realidade, alguns estados já são "dados" na resposta, a qual é uma combinação linear das variáveis de estado.
Para ver isto, considere-se o seguinte
sistema
(1) |
Ora, é claro que x2 = y. Então, basta estimar x1.
E não há perda de generalidade
em supor o sistema nesta forma, bastando que o posto de C seja cheio. Com
efeito, seja o sistema na forma geral
(1a) |
com a hipótese que posto .
Definamos ,
onde D é uma matriz qualquer tal que Q seja não-singular.
(É claro que D tem n-p linhas).
Definamos a transformação
x := Q.
Particionemos
Particionemos também
Ora,
(1b) |
Mas
Então, de (1b) temos
Consequentemente, se C tem posto cheio, basta estimar x1, o qual tem dimensão n - p.
De (1), nosso sistema pode ser decomposto
em
|
Ora, considere-se o sub-sistema
(2) |
Ora, de (1), sendo (C,A) observável,
de acordo com o critério PBH,
(2a) |
Mas,
Como a matriz da esquerda é não-singular ,
temos em vista de (2a),
<=> Sistema (2) é observável.
Seja
v := A12.x2 + B1.u | (3) |
Então, de (2), temos
(2') |
Vamos estimar o estado deste sub-sistema.
Seja
(5) |
Escolhamos L tal que .
Isto é sempre possível porque (2’) é observável,
como vimos.
Então (5) dá a estimação de x1.
Entretanto queremos um observador cujas entradas sejam as realmente disponíveis no sistema (1), a saber, u e y.
Ora,
v = A12.y + B1.u | (3') |
z = A21.x1 = = |
(4) |
Substituindo (3’) e (4) em (5), vem
(6) |
Os comandos deste observador ainda não
são satisfatórios, porque aparece .
Para contornar esta dificuldade, defina-se
w(t) = xle(t) + L.y(t)
xle = w - L.y |
(7) |
Substituindo isto em (6), obtém-se
(8) |
(8) está "à feição", i.e. na forma desejada para um observador, pois suas entradas são os sinais efetivamente disponíveis.
Claro que, obtido w(t) na saída do observador, x1e será dado por (7).
Definamos, para não sobrecarregar
a notação
Bw := B1 + L.B2
-Le := A12 + L.A22 - (A11 + L.A21).L |
Temos então o diagrama de blocos:
|
É claro que o estado estimado será
(9) |
notando-se que y não é uma
estimação, mas o próprio "sub-vetor" de x.
Observação: é claro que o observador de ordem reduzida é muito mais trabalhoso para calcular seus parâmetros, tanto mais que (1) está na forma:
A saída [xle
y]Ttem ainda que ser pré-multiplicada por Q-1
para se obter a estimação do estado no sistema original .